Obesidade e gravidez são duas realidades que, infelizmente, muitas vezes se entrelaçam de maneira preocupante. Enquanto a gravidez é um momento de celebração e expectativa, a obesidade pode trazer desafios significativos para a saúde materna e fetal. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mulheres com excesso de peso têm maior propensão a desenvolver complicações como diabetes gestacional, pressão alta e pré-eclâmpsia durante a gestação. Essas condições não apenas ameaçam a saúde materna, mas também aumentam os riscos de complicações durante o parto.
Além disso, a obesidade na gravidez está correlacionada a uma série de complicações para o bebê, incluindo problemas congênitos, parto prematuro e até mesmo morte fetal. Tais consequências podem ter implicações de longo prazo na saúde da criança, aumentando o risco de obesidade e outras condições crônicas ao longo da vida.
A obesidade pode afetar as chances de gravidez
A médica nutróloga Andrea Pereira destaca que a obesidade pode afetar o eixo cerebral-ovariano, resultando em redução da fertilidade e até mesmo infertilidade. Ela ressalta que eliminar pequenas porcentagens de peso de 5 a 10% antes da gravidez, pode melhorar a fertilidade e reduzir complicações. “Na gestação, ser saudável, com alimentação equilibrada e atividade física regular, são medidas essenciais para diminuir os riscos e a obesidade”, orienta Andrea.
Já o cirurgião bariátrico Carlos Schiavon destaca que a cirurgia bariátrica antes da gravidez pode ser uma opção para mulheres obesas que desejam ter um bebê, pois pode ajudar a evitar as complicações como hipertensão e diabetes gestacional. “No entanto, a gestação deve acontecer após o período de emagrecimento intenso, pelo menos depois de 18 meses da cirurgia. O acompanhamento médico também é fundamental, especialmente em relação à suplementação vitamínica”, explica Schiavon.
Emoções à flor da pele
É essencial ressaltar que a obesidade na gravidez não afeta só a saúde física da mulher. Ela também provoca impactos significativos na saúde mental e emocional. O estigma associado à obesidade pode desencadear sentimentos de culpa e ansiedade na gravidez, tornando a experiência ainda mais desafiadora.
Para psicóloga Andrea Levy, é fundamental que as gestantes tenham uma rede de apoio familiar ou de amigos e recebam acompanhamento pré-natal de profissionais que compreendam as complexidades da obesidade e da gravidez. “Isso ajudará as gestantes a se sentirem acolhidas e incentivadas a controlar a condição durante o período e no pós-parto”, diz Andrea.
É hora de entendermos a importância de lidar com a obesidade durante a gravidez e de promover uma abordagem holística que leve em consideração tanto a saúde física quanto a mental das gestantes.