A menarca é o nome dado ao primeiro ciclo menstrual da menina. Dessa forma, além de ser um marco no desenvolvimento dela, ainda pode trazer as sensações de felicidade ou medo. Por esse motivo, entender melhor o processo e suas implicações ajudará a acolher e a orientar a menina sobre as transformações dessa fase tão importante da vida feminina.
Os primeiros sinais
Em primeiro lugar, vale lembrar que ao nascer uma menina já possui todos os óvulos que terá ao longo da vida. Ao contrário do menino, que a partir dos 12 anos, aproximadamente, inicia a produção de espermatozóides continuamente, as meninas nascem com uma quantidade finita de óvulos, que são liberados a partir da puberdade.
Segundo o ginecologista Luiz Brito, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), especializado em cirurgia ginecológica, pouco antes da menarca algumas mudanças físicas acontecem no corpo da menina.
“Nesse meio tempo, surgem os pelos pubianos e axilares, bem como o desenvolvimento das mamas. Alguns sintomas como cólicas e acne são prováveis; acontece também o aumento da estatura. Sendo assim, oriento para uma comunicação aberta desde os primeiros sinais da puberdade. Os pais ou responsáveis devem oferecer apoio e informações sobre o que esperar, além de explicar como usar os produtos menstruais e a importância de consultar um ginecologista. Em outras palavras, orientar a menina sobre o corpo dela está dentro da educação sexual”, alerta o médico.
A menarca chegou
Saber o que esperar antes da primeira menstruação é essencial. Igualmente são os cuidados logo após a chegada dela. A partir desse momento pode, por exemplo, acontecer uma gravidez indesejada. “A jovem precisa saber que a gestação na adolescência não é recomendada por diversos motivos. No que diz respeito aos corpo, o sistema reprodutivo ainda está em amadurecimento”, explica Brito. O médico ainda pede atenção para a frequência menstrual no período.
“Aproximadamente 80% das meninas apresentam alguma irregularidade nos primeiros dois anos de ciclo. O corpo precisa de um tempo para amadurecer o sistema reprodutivo. Por fim, após a menarca, é fundamental monitorar a saúde menstrual e ter acompanhamento ginecológico. Em outras palavras, com as orientações e informações corretas, além da comunicação livre, os pais e suas filhas podem passar pela menarca com mais tranquilidade”, finaliza Brito.