As células-tronco mesenquimais são um tesouro para a medicina regenerativa e prometem mais longevidade com saúde.
Segundo estudos e projetos de pesquisa, as células-tronco mesenquimais, encontradas no tecido adiposo, no osso, na medula óssea, nos dentes e no palato (céu da boca), se diferenciam em uma variedade de tipos celulares. Desse modo, podem se tornar células ósseas, cartilaginosas, adiposas e musculares.
Nesse sentido, a medicina regenerativa, com o uso de células-tronco, traz esperança para o tratamento e cura de doenças e condições hoje consideradas incuráveis. Por exemplo, o Alzheimer e o Câncer.
De acordo com médicos e especialistas em saúde, que falam sobre a medicina regenerativa, é válido levar ao público a importância da coleta e armazenamento das células-tronco mesenquimais na infância.
Diante dessa informação, e pensando na segurança de seus filhos, muitos pais têm decidido dar um novo destino para a polpa do dente de leite, por exemplo.
Agora, o dente de leite não vai mais para a lixeira do consultório odontológico. As células contidas nele são extraídas, congeladas e armazenadas em clínicas de criogenia espalhadas pelo mundo.
O que dizem os especialistas?
Pediatria
O presidente do departamento de pediatria ambulatorial da Sociedade Brasileira de Pediatria, Tadeu Fernando Fernandes, afirma que é também de responsabilidade dos pediatras pensarem no futuro dos pacientes.
“Estamos em uma época de transição epidemiológica. No passado, as grandes questões para os pediatras estavam relacionas com as diarreias infecciosas e as pneumonias, ou seja, doenças infectocontagiosas.
Graças às vacinas e aos cuidados básicos em saúde e saneamento, essas enfermidades decrescem ano a ano.
No entanto, por outro lado, as doenças crônico-degenerativas, como o diabetes, o Alzheimer, a osteoporose e, principalmente, os acidentes, crescem entre crianças e adultos.
Por esse motivo, sou a favor e recomendo aos pais que façam a coleta da célula-tronco do dente de leite. Eles precisam estar conscientes sobre o tema”, afirma.
Para o Professor Titular Emérito de Pediatria da Unicamp, José Martins Filho, os pais devem ter informações, por meio dos pediatras, sobre a importância da extração e do armazenamento das células-tronco do dente de leite das crianças.
“Existem excelentes técnicas para o procedimento. A medida é preventiva e muito importante para o caso de doenças futura”, alerta.
Ortopedia
O ortopedista Tiago Lazzaretti Fernandes, pós-doutor pela USP com research-fellow pela universidade de Harvard (EUA), diz que a possibilidade de armazenar as células das crianças é interessante pela capacidade de diferenciação e maior proliferação do que as dos adultos.
“Para a ortopedia e medicina do esporte, minhas áreas de atuação, o uso da terapia celular abre diversas possibilidades de pesquisa e procedimentos futuros para doenças que ainda não possuem um tratamento adequado. Por exemplo, o caso das lesões da cartilagem e a osteoartrite ou artrose do joelho”, explica.
Entidades de classe
Segundo o presidente da A ANADEM – Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética, que também é especialista em direito médico e biomédico, Raul Canal, o mundo passa por grandes transformações. Em outras palavras, compara o momento atual com o de Alexander Fleming, descobridor da penicilina.
A substância possibilitou os tratamentos de doenças e maior tempo de vida à população.
“As novas tecnologias, aliadas ao aumento do conhecimento, têm resultado num melhor controle das doenças sanitárias.
Por outro lado, a longevidade traz novos desafios para a medicina por conta das doenças classificadas como degenerativas.
Nesse sentido, a ciência trabalha para encontrar soluções que possam apoiar a medicina regenerativa. É aí que entram as células-tronco mesenquimais.
Os órgãos reguladores, como a Anvisa, têm acompanhado este movimento. Desse modo, trabalha para trazer à população esperança no tratamento dessas doenças que têm acometido cada vez mais a sociedade”, finaliza.