A volta às aulas traz diversas preocupações para os pais. A compra de material escolar, uniformes e a escolha da mochila mais adequada para cadernos e livros são algumas delas. Segundo o ortopedista pediátrico David Nordon, a mochila, eleita como a “queridinha” pelos estudantes, é a principal causadora de problemas para a coluna. “A mochila escolar pesada provoca contração incorreta dos músculos, dessa forma, a curto prazo, surgem dores cervicais, lombares e nos ombros. A longo prazo, prejudicará a coluna e o crescimento”, explica o médico.
Menos peso
Para diminuir o peso, é aconselhável evitar que as crianças levem para a escola mais do que o necessário para o dia de aula e usar, bem como levar a mochila escolar em apenas um dos ombros. Uma alternativa é optar por modelos diferenciados de mochila. “Aquelas com rodinhas, desde que o puxador esteja bem ajustado para manter os ombros nivelados, aliviam o peso das costas. Para quem prefere mochila escolar, há modelos mais ergonômicos, por exemplo as com três pontos de apoio: um em cada ombro e o terceiro preso à cintura”, comenta o médico.
De acordo com uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70% dos problemas de coluna na fase adulta estão relacionados ao excesso de peso carregado durante os anos escolares. Nordon destaca que a escolha da mochila já é um sinal de alerta. “Levar muito peso diariamente gera tensão extra nas costas e nos ombros, causando dores e possíveis problemas à saúde estrutural do corpo. Recomenda-se que as mochilas não ultrapassem 10% do peso corporal”, alerta.
Mobiliário adequado
Um estudo no Oriente Médio revelou inadequações em móveis escolares para 75% a 94% das crianças, enquanto nos EUA menos de 20% dos móveis escolares dos alunos do 6º ao 8º ano são compatíveis. Dessa forma, Nordon recomenda que os pais verifiquem se o mobiliário da escola está de acordo com as especificações da ABNT e do INMETRO, e, em caso de inadequação, exijam correção. Se nenhuma providência for tomada, sugere que procurem os órgãos responsáveis e denunciem.
Cuidado com o excesso de tecnologia
O uso excessivo de smartphones pela nova geração também se tornou um desafio. A facilidade proporcionada pela tecnologia vem acompanhada de patologias, como o “Pescoço do Celular ou Pescoço Tecnológico”, identificado em 2007. “A posição da cabeça para visualizar a tela do aparelho, como olhar para baixo, sobrecarrega todo o sistema de sustentação formado por músculos e vértebras. Esse posicionamento excessivo e repetitivo provoca tensão nos ombros e trapézios, além de dores cervicais e na coluna. Evitar o problema é simples, ou seja, oriente as crianças e os adolescentes para que evitem olhar para o aparelho sempre ou por muito tempo na mesma posição”, conclui o médico.