As infecções dentárias, silenciosas e indolores, são sérias e devem ser tratadas imediatamente. Segundo o cirurgião-dentista Mario Cappellette Jr., presidente da Associação Brasileira de Odontologia – Seção São Paulo (ABO-SP), o que parece ser uma simples inflamação bacteriana, pode se espalhar rapidamente para outros órgãos e levar à morte.
A palavra do especialista
O especialista explica que a maioria das infecções dentárias é resultado de cárie não tratada ou de um dente quebrado. “Bactérias que penetram no esmalte dos dentes, por exemplo, podem infectar os nervos sensíveis da polpa, resultando em uma infecção. A condição se chama abscesso. Sempre que ele aparece, precisa da atenção de um cirurgião-dentista. Dessa forma, quanto mais tempo levar a busca por tratamento, mais complicada a infecção se tornar tanto no dente como em outro órgão, pela migração da bactéria”, alerta.
De acordo com uma pesquisa recente do Ministério da Saúde em parceria com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 55,6% dos brasileiros não têm o hábito de consultar o dentista ao menos uma vez por ano. Também verificou-se que 41,5% das pessoas com mais de 60 anos já perderam todos os dentes.
Acompanhamento e prevenção
“O presidente da ABO-SP alerta que é importante realizar visitas periódicas ao cirurgião-dentista para prevenir infecções dentárias e suas consequências. Ele complementa que não se deve automedicar sob o risco de camuflar os sintomas e agravar o quadro. “Muitas vezes, o remédio alivia a dor, mas, de forma concomitante, a infecção avança e pode atingir outros órgãos, aprofundando consideravelmente o problema. Procurar sempre um profissional da saúde para averiguar, tratar e medicar é imprescindível”, aconselha.
Atenção aos sinais
Há seis anos, a modelo Renata Banhara teve de se submeter a cirurgias delicadas por conta de infecção dentária. O problema migrou para a cabeça e joelhos. “Foi um caso emblemático, onde, pela demora, já que sem dor no dente, não consultou um cirurgião-dentista. Renata teve fortes dores na cabeça e nos joelhos. O que poderia ter sido um tratamento relativamente simples, se complicou. A vida dela estava em risco. Por isso, prevenir sempre é a melhor solução e, caso sinta dor, a pessoa deve procurar um profissional de imediato”, finaliza Mario Cappellette Jr.