É comum cometer erros que dificultam a introdução alimentar. Em outras palavras, este é o momento em que a dieta do bebê passa a incluir alimentos além do leite materno. Geralmente, isso acontece a partir do sexto mês de vida do pequeno, conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para muitos pais, responsáveis e cuidadores, pode ser um período desafiador, especialmente quando o bebê resiste a novos alimentos.
A pediatra Bruna de Paula explica que algumas atitudes comuns dos pais prejudicam a aceitação de alimentos pelos bebês, entre elas estão: ceder às preferências alimentares e oferecer produtos ultraprocessados. Segundo a especialista, essas ações dificultam o processo de introdução alimentar, tornando-o mais desafiador para os pais.
Para ajudar, ela lista a seguir 10 dos principais erros que dificultam a introdução alimentar e oferece orientações sobre como lidar com cada situação.
1. Introdução alimentar fora da época
Comece a introdução alimentar por volta dos seis meses, quando o bebê já consegue sentar e demonstra interesse por alimentos. Iniciar antes pode sobrecarregar o sistema digestivo e aumentar o risco de alergias. Por outro lado, começar tardiamente gera resistência aos alimentos e limita o desenvolvimento de habilidades essenciais, como mastigação e coordenação motora.
2. Papinhas batidas demais é um dos erros da introdução alimentar
Indico começar com alimentos amassados e em consistência de purê. Portanto, evite papinhas batidas no liquidificador, pois elas dificultam o desenvolvimento dos músculos orais necessários para a mastigação. A exposição gradual a diferentes texturas, por exemplo, favorece a aceitação de alimentos sólidos.
3. Forçar o bebê a comer mais do que precisa
Insistir para que o bebê coma grandes quantidades pode ser prejudicial. Como resultado, interfere na capacidade natural da criança de reconhecer sinais de fome e saciedade. Permitir que o bebê se alimente conforme sua necessidade ajuda a estabelecer uma relação saudável com a comida e reduz o risco de obesidade e aversão alimentar.
4. Usar distrações para que o bebê coma
Recorrer a celulares, televisão ou brinquedos durante as refeições, por outro lado, compromete o desenvolvimento de uma relação saudável com a comida. Além disso, essas distrações dificultam a percepção dos sabores e texturas, o que, consequentemente, impede que o bebê aprenda a identificar os sinais de fome e saciedade.
5. Oferecer sucos em vez de frutas
Sucos contêm alta concentração de açúcar natural e perdem fibras essenciais. Oferecer frutas inteiras ou amassadas é mais indicado no período de introdução alimentar, pois promove o aprendizado de novas texturas e sabores, além de fornecer fibras importantes para a saúde digestiva.
6. Substituir refeições por leite
É comum continuar oferecendo muitas mamadas, mas, nessa fase, as refeições devem começar a ocupar um espaço mais significativo. Substituir alimentos sólidos por leite pode limitar a variedade nutricional, reduzindo o interesse do bebê pelos alimentos sólidos.
7. Ceder às preferências alimentares do pequeno
De fato, é normal o bebê precisar de várias exposições a um novo alimento antes de aceitá-lo. Isso, portanto, faz parte do processo de introdução alimentar. Além disso, estudos mostram que pode ser necessário oferecer um alimento de 10 a 15 vezes antes de o bebê aceitá-lo. Assim, persistir com uma oferta variada é essencial para evitar uma dieta restrita e a seletividade alimentar no futuro.
8. Forçar o bebê a experimentar novos alimentos
Insistir para que o bebê termine o prato ou prove algo que não deseja durante a introdução alimentar pode gerar sentimentos de ansiedade e aversão alimentar. A introdução alimentar deve ser um momento de descoberta, sem pressões, onde o bebê explora livremente sabores e texturas.
9. Oferecer alimentos ultraprocessados
Oferecer biscoitos, salgadinhos e papinhas industrializadas por praticidade é um erro que afeta a qualidade nutricional e a aceitação de alimentos naturais no processo de introdução alimentar. Esses produtos contêm alto teor de açúcar e sódio, prejudicando o desenvolvimento de uma relação saudável com a alimentação.
10. Falta de uma rotina alimentar
Estabelecer horários fixos para as refeições ajuda o bebê a reconhecer o momento de comer e a desenvolver um apetite regulado. Uma rotina previsível cria um ambiente seguro e confortável, incentivando o bebê a explorar e aceitar novos alimentos.
