Um tema que levanta muito questionamento entre pais e responsáveis é o tempo de tela para crianças. Quantos minutos diários devem permitir que elas usem os dispositivos eletrônicos?
Segundo um estudo, realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com outras universidades do Brasil, o uso de celular por crianças ultrapassou o tempo indicado pelos especialistas.
Em 2020, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou um manual de orientação com recomendações para que a exposição aos eletrônicos não afete a saúde de crianças e adolescentes. Segundo o documento, que complementa e atualiza as recomendações lançadas pela entidade em 2016, crianças com menos de dois anos não devem ter acesso às telas.
As que estão entre dois e cinco anos, o período máximo é de uma hora diária, com o acompanhamento de um adulto. Entre os seis e 10 anos, duas horas, também sob supervisão. A faixa etária de 11 a 18 anos pode usar os equipamentos por duas ou três horas diárias e jamais passar a noite jogando videogame, por exemplo.
No entanto, pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com o apoio de outras instituições brasileiras, mostrou que, no período de pandemia, o tempo de tela foi muito superior ao recomendado pela SBP.
De acordo com 51% dos pais entrevistados, as horas foram extrapoladas em excesso. Outros 24% responderam que os filhos tiveram entre duas e três horas de uso.
Como o exagero no tempo de tela para crianças pode afetar a saúde?
Para o ortopedista pediátrico David Nordon, entre tantos problemas (cognitivos, sociais, emocionais e físicos) que essa exposição exagerada às telas pode causar, está uma doença ortopédica relativamente nova, inicialmente diagnosticada apenas em adultos, chamada Síndrome do Pescoço Tecnológico – SPT, descrita pela primeira vez em 2007.
“Essa condição, até então, era vista em cirurgiões e outros profissionais que curvam a cabeça por muitas horas. A cabeça humana, em torno de 5kg, passa a ter 28kg nessa posição! A musculatura do pescoço precisa se esforçar muito para sustentar o peso, o que gera dores e sobrecarga óssea – levando a uma artrose precoce.
Além disso, ainda existe a possibilidade do desenvolvimento da cifose da coluna vertebral – arredondamento exagerado da parte superior das costas –, entre outros problemas de coluna. Ainda não existem estudos de como isso se desenrola nas crianças.
No entanto, na experiência com adultos, no caso dos cirurgiões, que começam a operar com 30 anos de idade, por exemplo, existe a artrose. Nesse sentido, já vemos crianças de cinco anos com o mesmo problema”, explica o médico.
Confira 5 dicas para tirar as crianças das telas
Algumas orientações simples que podem ajudar a diminuir o tempo de tela entre as crianças e promover mais atividades saudáveis e interações sociais:
Defina limites para o tempo que as crianças podem passar em dispositivos eletrônicos. Por exemplo, estabeleça período diário ou semanal máximo para uso dos dispositivos, levando em consideração as recomendações de especialistas para cada faixa etária.
Tenha espaços livres de eletrônicos na casa, como quartos ou áreas de convivência, onde as crianças possam brincar, ler ou se envolver em outras atividades criativas sem a presença de telas. Isso ajudará a promover uma separação clara entre momentos de tela e momentos de atividades alternativas.
Dê o exemplo. Os pais e cuidadores têm um papel importante em modelar comportamentos saudáveis em relação ao uso de dispositivos eletrônicos. Seja um exemplo positivo, limitando seu próprio tempo de tela e participando ativamente de atividades com as crianças. Isso ajudará a criar um ambiente equilibrado.
Proporcione atividades alternativas que sejam interessantes e envolventes para as crianças. Isso pode incluir brincadeiras ao ar livre, jogos de tabuleiro, livros, artesanato, esportes, música, entre outras opções que estimulem a criatividade, a imaginação e a interação social
Reserve um tempo regularmente para atividades em família, como passeios ao ar livre, jogos em grupo, cozinhar juntos, fazer caminhadas ou qualquer outra atividade que promova a interação e a conexão familiar. Essas experiências compartilhadas são valiosas e proporcionam momentos de diversão e aprendizado, reduzindo a dependência das telas.
Para finaliza, é importante ressaltar que diminuir o tempo de tela entre as crianças pode ser bem desafiador. Portanto, seja paciente e explique para elas, de forma que possam compreender, quais os motivos para a limitação do uso dos equipamentos. Da mesma forma, busque envolvê-las em alternativas mais saudáveis de entretenimento.
Saiba como preservar a saúde da criança agora e no futuro
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