O médico afirma que o primeiro passo é compreender que a reconstrução mamária pode ser feita de diferentes maneiras. Ou seja, varia conforme o tipo de tratamento oncológico, o corpo da paciente e suas preferências pessoais. “Diversas opções estão disponíveis para a reconstrução, como o uso de implantes, expansores ou o transplante de tecidos do próprio corpo. Cada caso é único. Sendo assim, a paciente deve tomar a decisão em conjunto com o cirurgião e a equipe oncológica”, destaca.
Quando fazer a reconstrução?
Tecnologias avançadas para reconstrução mamária
O Brasil tem avançado significativamente no campo da reconstrução mamária. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) afirma que os médicos realizam mais de 25 mil cirurgias de reconstrução mamária anualmente no país. “Atualmente, contamos com técnicas que permitem resultados cada vez mais naturais e seguros. A utilização de enxertos de gordura e técnicas de microcirurgia têm revolucionado a área, oferecendo uma maior sensação de naturalidade e melhora no contorno da mama reconstruída”, diz o especialista.
Ainda segundo ele, uma opção amplamente difundida é o uso de expansores, que preparam a pele para receber um implante definitivo. “O expansor funciona como uma espécie de balão que o médico infla aos poucos. Em outras palavras, permite que a pele se estique e fique pronta para a colocação do implante. Esse processo pode levar alguns meses, mas traz excelentes resultados estéticos”, acrescenta.
Recuperação e cuidados depois da reconstrução mamária
Após a cirurgia, a recuperação pode variar dependendo do tipo de procedimento. Dessa forma, Montedonio aconselha que as pacientes sigam rigorosamente as orientações médicas. “É fundamental que as pacientes saibam que a recuperação requer paciência e cuidados. O tempo de recuperação pode variar. É importante o uso de cintas pós-cirúrgicas, evitar esforços físicos e seguir uma alimentação saudável para auxiliar na cicatrização”, destaca. Ele também alerta que as pacientes devem ficar atentas a qualquer sinal de complicação, como dores intensas, inchaço persistente ou febre, e comunicar imediatamente ao médico.
Aspectos psicológicos e suporte
A reconstrução mamária é muito mais do que uma questão estética. “Para muitas mulheres, recuperar a mama é uma forma de reconstruir sua identidade e autoestima. É essencial que as pacientes também recebam apoio emocional, seja de amigos, familiares ou profissionais, para que o processo de recuperação seja o mais tranquilo possível”, afirma Montedonio.
De acordo com a SBCP, o número de reconstruções mamárias no Brasil aumentou 14% nos últimos anos, um reflexo da ampliação da conscientização sobre a possibilidade e os benefícios do procedimento. Além disso, a Lei 12.802/2013 garante às mulheres que realizaram mastectomia pelo Sistema Único de Saúde (SUS) o direito à reconstrução mamária imediata ou assim que as condições clínicas permitirem.
Dicas finais para quem considera a fazer a cirurgia
Por fim, Montedonio oferece algumas dicas importantes para as mulheres que estão pensando em passar pela reconstrução mamária:
- Converse abertamente com seu cirurgião: Tire todas as suas dúvidas e, assim, entenda as opções disponíveis.
- Pense no momento certo para a cirurgia: Avalie junto com seu médico se a reconstrução imediata ou tardia é a melhor escolha para o seu caso.
- Busque apoio emocional: Não hesite em procurar grupos de apoio ou terapias que ajudem a lidar com os desafios emocionais do câncer de mama.
- Siga todas as orientações pós-operatórias: O sucesso da cirurgia depende também do cuidado que você tem no pós-operatório.
“A reconstrução mamária é um processo que pode ajudar a paciente a se sentir mais confiante e completa após o tratamento do câncer. Montedonio finaliza dizendo que, com um bom planejamento e suporte médico, as pacientes podem, de fato, alcançar resultados excelentes.