As doenças do coração, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde, são as que mais matam em todo o mundo. De acordo com um levantamento de 2016, 17,9 milhões de pessoas perderam a vida por cardiopatias. Isso corresponde a um alarmante percentual de 31% de todas as mortes registradas naquele ano. Dentre as estatísticas, aproximadamente 85% dos óbitos estão atribuídos a duas principais causas: ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Ainda no relatório, mais de três quartos dos óbitos estão em países de baixa e média renda.
O potencial das células-tronco
As tecnologias e as descobertas científicas avançam e apontam as terapias celulares como um campo promissor na medicina para a longevidade com qualidade de vida. Já está comprovado, por meio de estudos e ensaios clínicos, o potencial das células-tronco para tratar uma variedade de doenças e condições. Elas têm a capacidade de se diferenciar em muitos tipos de células no corpo, ou seja, podem substituir células danificadas ou perdidas em tecidos e órgãos afetados por doenças, como as que atacam o coração.
As células-tronco mesenquimais (CTMs), por exemplo, é um tipo adulta. Está em muitos tecidos do corpo, incluindo o adiposo, o osso, a medula óssea, os dentes e o palato (céu da boca). Elas têm a capacidade de se diferenciar em uma variedade de tipos celulares, incluindo células ósseas, cartilaginosas, adiposas e musculares. Ainda contam com propriedades imunomoduladoras. Como resultado, promovem a resposta imunológica do corpo; liberam proteínas e outras moléculas que auxiliam na redução da inflamação e na reparação de tecidos danificados.
As células-tronco na cardiologia
Pesquisas e ensaios clínicos exploram as células-tronco miocárdicas como uma possível abordagem para regenerar o tecido cardíaco danificado após um ataque do coração ou em casos de insuficiência cardíaca congestiva, por exemplo. Nesse sentido, a ideia é que essas células possam ser transplantadas no coração para substituir áreas danificadas, melhorando a função cardíaca e reduzindo os sintomas.
Semelhantemente, a abordagem é promissora também para as sequelas do Acidente Vascular Cerebral (AVC). Nesse sentido, o uso de células-tronco para regenerar tecidos danificados, estimular a recuperação neural e melhorar os déficits funcionais associados ao AVC já é uma possibilidade bem sucedida em estudos e ensaios clínicos. Do mesmo modo, as pesquisas se intensificam. Os resultados encorajadores impulsionam o desenvolvimento de terapias mais eficazes e personalizadas.
A cardiologia regenerativa
À medida que a pesquisa avança, o campo da cardiologia regenerativa ganha ímpeto. As células-tronco, combinadas com terapias avançadas, como engenharia de tecidos e medicina genômica, criar abordagens cada vez mais eficazes no tratamento das cardiopatias. Este é um momento empolgante na medicina, com o potencial de transformar radicalmente a forma como são abordadas as doenças do coração.