Lidar com o comportamento infantil na era digital é um desafio, acreditam os especialistas. Nesse sentido, a tecnologia pode ser aliada ou inimiga na educação das crianças, conforme alerta a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A entidade analisa que a exposição contínua dos mais jovens às telas, influenciados por redes sociais, sites, filmes e games com conteúdos hostis, pode contribuir para a agressividade e a intolerância, que se perpetuarão por toda a vida, por exemplo.
No entanto, com as estratégias adequadas é possível fazer da tecnologia uma aliada, que instiga experiências enriquecedoras e construtivas no comportamento infantil. O mundo moderno oferece vasta oportunidade de informações e recursos educacionais, que podem ser úteis para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças. Nesse sentido, o tempo de exposição e o tipo de conteúdo que chega aos pequenos é responsabilidade dos pais, responsáveis e cuidadores. Da mesma forma que a comunicação aberta e honesta com elas sobre o mundo digital, as influências e pressões que estão on-line também é.
Orientação e estímulo para experiências saudáveis na rede e na vida
Primeiramente vale lembrar que a educação das crianças envolve muitos aspectos, entre eles estão amor, atenção, comunicação afetiva, limites e disciplina positiva, além de incentivo para experiências e aprendizagens saudáveis, seja nas redes ou na vida. Claro que esses são apenas alguns aspectos que influenciam positivamente o comportamento infantil e podem variar conforme a linha de pensamento. Porém, direcionam a base para a formação de uma criança que no futuro se tornará um adulto mais equilibrado.
Comunicação aberta e consciência crítica
A comunicação aberta com as crianças é essencial para construir relacionamentos saudáveis. É uma forma de promover a confiança mútua e garantir um ambiente propício ao diálogo e à expressão de sentimentos e ideias. Ouvir suas experiências, preocupações e dúvidas sobre o mundo, inclusive o virtual, de forma empática e atenciosa pode ser estratégica, por exemplo, para identificar situações de riscos dentro e fora da internet.
As crianças precisam de orientação contínua. Dessa forma, é essencial construir uma consciência crítica ao navegar pelas redes sociais, por exemplo. Elas precisam saber que nem toda as postagens são reais e que as pessoas podem retratar uma versão idealizada de suas vidas on-line. O incentivo ao questionamento do conteúdo que consomem desenvolve a habilidades de discernimento para evitar comparações inadequadas e julgamentos negativos sobre si mesmas e os outros.
Descobertas Off-line
Uma vida off-line, com atividades significativas e gratificantes, deve ser incentivada entre as crianças. Os hobbies, esportes, leitura, interações sociais face a face e outras experiências que promovam um equilíbrio saudável entre o mundo virtual e o real devem fazer parte do desenvolvimento delas. Nesse sentido, a participação dos pais, responsáveis ou cuidadores é essencial.
Monitoramento e limites
A vida on-line das crianças deve ser supervisionada de perto. É essencial conhecer as plataformas, perfis e amigos virtuais. Dessa forma é possível monitorar possíveis tendências e desafios virais que podem ter impacto negativo no comportamento delas. As regras de uso da internet devem ser claras e estabelecidas, além de obedecer as orientações dos especialistas para cada faixa etária. Aqui também está a comunicação aberta, a criança precisa saber as razões por trás dessas regras e a importância de um equilíbrio saudável entre o tempo on-line e as atividades off-line.
Para finalizar, é importante lembrar que compreender o comportamento infantil no mundo moderno e digital é um processo contínuo. Os pais, responsáveis e cuidadores podem adaptar e ajustar esses pilares de acordo com as necessidades e características individuais de cada criança. A busca por informações, o apoio de profissionais e a troca de experiências com outros pais são recursos valiosos nesse processo.