A baixa autoestima na infância existe. E, na maioria das vezes, o enfraquecimento da autoimagem e do autorespeito começa em casa. O assunto é tão importante que em 2021, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), por meio do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento e do Grupo de Trabalho de Saúde Mental, publicou o documento científico “Autoestima na infância e na adolescência”.
Segundo o relatório, assim como muitos aspectos da mente, a autoestima é influenciada por duas coisas: características naturais e experiências. Em especial no relacionamento com outras pessoas. A mente se constrói pela combinação das heranças genéticas com o que acontece ao redor. Em outras palavras, as experiências vividas e a genética moldam o jeito de pensar e sentir.
As consequências da baixa autoestima na infância
A infância é uma fase importantíssima para desenvolvimento emocional e social de uma pessoa. Durante esse período, as experiências vivenciadas, principalmente em casa, têm impacto significativo para o resto da vida. Comentários negativos, críticas constantes ou falta de apoio emocional por parte dos pais ou responsáveis minam a confiança e a autovalorização dos pequenos. Dessa forma, a baixa autoestima na infância interfere em diversos aspectos da vida da infantil. Problemas como interações sociais, baixo desempenho acadêmico e pouca habilidades de enfrentamento diante de desafios costumam aparecer.
Como resultado, na fase adulta, podem conviver com, por exemplo, ansiedade, depressão e dificuldades em manter relacionamentos saudáveis. Além disso, a baixa autoestima na infância pode afetar o desempenho profissional no futuro, causando falta de confiança em si mesmo e dificuldade em se destacar no mercado de trabalho. Nos relacionamentos interpessoais, a baixa autoestima resulta em problemas de comunicação e conflitos, tornando difícil a construção de vínculos sólidos e duradouros.
É importante que os adultos reconheçam a importância de promover um ambiente seguro e acolhedor em casa, onde a criança se sinta valorizada, amada e apoiada. Elogios sinceros, incentivo ao desenvolvimento de habilidades individuais e comunicação aberta são elementos essenciais para fortalecer a autoestima infantil. Além disso, a conscientização sobre os sinais de baixa autoestima na infância e a busca por ajuda profissional quando necessário são passos importantes para garantir o bem-estar emocional e psicológico na fase de desenvolvimento.