As terapias regenerativas fazem parte das principais ferramentas da medicina e odontologia para o Século XXI. A população mundial vem vivendo mais, em média 20 anos a mais do que as pessoas nos anos 50. Porém, deve-se levar em consideração que, quanto mais vivermos, mais chances existem do desenvolvimento de doenças e condições relacionadas ao envelhecimento. Nesse sentido, a medicina e odontologia buscam ferramentas para tratar – ou curar – essas condições do envelhecimento. Hoje, vamos falar sobre a Odontologia Regenerativa com Células-tronco, uma das principais ferramentas para alcançarmos mais qualidade de vida associada a longevidade.
Odontologia Regenerativa com Células-tronco
A odontologia regenerativa tem como principal objetivo promover ou potencializar a capacidade regenerativa de tratamentos odontológicos. Muitos tratamentos odontológicos fazem a remoção de tecidos orais acometidos por enfermidades e que, posteriormente, são substituídos por materiais sintéticos. Assim como na ortopedia e medicina do esporte, há uma tendência para evitar o uso desses materiais, buscando meios de regenerar o corpo do paciente por meios mais biológicos.
Em suma, a prática da odontologia e medicina regenerativa consiste em olhar com um viés mais biológico da promoção de saúde, ao invés das atuais abordagens farmacológicas e mecânicas.
Células-tronco na Regeneração Periodontal
A periodontia é a prática odontológica responsável por tratar os tecidos do periodonto. Esses tecidos são responsáveis por dar sustentação aos dentes. Os tratamentos periodontais buscam prevenir, diagnosticar e tratar doenças que atingem a gengiva, o ligamento periodontal e o osso alveolar.
Existem estudos para utilizar as células-tronco associadas a cirurgias periodontais no tratamento de perda ósseas verticais. Isso acontece quando há uma reabsorção do osso alveolar, trazendo prejuízo para os dentes e para os demais tecidos. Paralelamente, existem relatos iniciais demonstrando eficácia de enxertos de polpa dentária em defeitos alveolares pós-extração. Em geral, os estudos apontaram que houve regeneração periodontal, reduzindo a profundidade da bolsa periodontal, espaços entre a gengiva e o dente.
Células-tronco na Regeneração Óssea
A perda dos dentes acarreta diversas alterações da maxila e mandíbula por conta da falta de estímulo ao tecido ósseo, levando à reabsorção óssea. Além disso, traumas, patologias ósseas e doenças periodontais podem acarretar, além da perda dos dentes, a perda do tecido ósseo no local. Esses fatos frequentemente alteram o perfil estético dos indivíduos e dificultam – ou impossibilitam – a instalação de implantes dentários.
As terapias celulares possuem grande potencial para corrigir tais defeitos ósseos, representando uma tendência na odontologia mundial. Diferentemente do uso de enxertos ósseos do próprio paciente, a odontologia utiliza também biomateriais substitutos ósseos, evitando procedimentos complexos com o paciente. Entretanto, esses biomateriais carecem de células-tronco e osteoblastos, células capazes de promover a regeneração óssea no local. Nesse sentido, a utilização de células-tronco em associação com biomateriais pode ser considerada uma excelente alternativa para vencer as limitações dos biomateriais em relação à regeneração de defeitos ósseos graves.
Células-tronco na Regeneração de Tecidos Moles
Nossa boca possui diversos tecidos moles, como o lábio, a gengiva, língua, bochechas e céu da boca. Portanto, os tecidos moles podem ser compreendidos como os tecidos que interligam, apoiam ou protegem as estruturas do corpo humano, no nosso caso a boca. Curiosamente, os tecidos moles representam quase que 50% da estrutura do organismo humano.
Embora lesões mais superficiais nos tecidos moles sejam rapidamente reparadas, as lesões mais profundas, muitas vezes, necessitam de intervenção cirúrgica para a devida reparação. Atualmente, diferentes tipos de células podem ser associadas à biomateriais em formato de membranas para promover a regeneração. Trabalhos recentes utilizando células-tronco mesenquimais visando o tratamento de queimaduras e cicatrizes demonstraram resultados bastante promissores. Esses estudos demonstraram a formação de vasos sanguíneos (angiogênese) e regeneração dos tecidos moles, bem como a redução da resposta inflamatória. Nesse caso, a perspectiva do uso de células-tronco vai além da regeneração tecidual. A capacidade das células-tronco de modular a resposta inflamatória do organismo também limita a fibrose tecidual (formação de cicatrizes).
Livro Células-tronco na Odontologia Regenerativa
Interessante, né? Essas informações foram retiradas do recém lançado livro “Células-tronco na Odontologia Regenerativa”, desenvolvido pela UCA – Universidade Corporativa Anadem, com apoio da R-Crio Células-tronco, Anadem – Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética, Faculdade São Leopoldo Mandic e Sobracel – Sociedade Brasileira de Terapia Celular.
Você pode baixar o livro gratuitamente preenchendo o formulário abaixo:
Mesmo com tantos resultados positivos, a medicina e odontologia regenerativa e uso de células-tronco ainda não é abordado com frequência em faculdades médicas no Brasil. Pensando nisso, em 2018, o conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) criou a Comissão de Odontologia Regenerativa, a qual dois membros da R-Crio fazem parte. Hoje, em 2022, orgulhosamente participamos do lançamento desse novo livro, garantindo conhecimento e uma nova ferramenta de estudo para profissionais de saúde que queiram se aprofundar e se especializar nessa prática em ascensão.
Armazenamento de células-tronco.
Gostou do texto de hoje? O uso de células-tronco é uma opção de tratamento para diversas outras doenças e condições que podem surgir durante a vida. Por isso, o armazenamento dessas células “curingas” do organismo significa mais chances de prevenção e acesso a tratamentos de saúde.
É importante lembrar que o quanto antes armazenarmos, melhor. Células-tronco, como todas as células do nosso organismo, estão sujeitas ao envelhecimento, perdendo sua capacidade de multiplicação e, consequentemente, de uso em tratamentos de saúde. A criopreservação (congelamento) das células-tronco permite paralisar a idade metabólica das células. Isso significa que suas células sempre terão a mesma idade com que você fez o armazenamento. Dessa forma, crianças, adultos e idosos sempre poderão ter acesso ao seu corpo mais jovem, otimizando tratamentos regenerativos durante a vida toda.
Continue lendo nosso blog para mais informações! Até um próximo texto!