O armazenamento e uso de células-tronco na saúde é ainda algo novo para muitas famílias, e com certeza ainda causa muito estranhamento. Naturalmente, nós da R-Crio temos facilidade para falar sobre o tema, por conta de tantas informações que chegam até nós e também nossa vivência diária nesse meio. Nesse texto, vamos compartilhar dúvidas reais de usuários das redes sociais, as quais também podem ser suas dúvidas, e explicar tudo o que você precisa saber antes de armazenar células-tronco.
O que saber antes de armazenar células-tronco?
Antes de armazenar células-tronco você tem que saber que há diferentes formas de coletar, não somente no momento do parto. E não deixe de perguntar alguns pontos importantes, como quais testes de qualidade são realizados antes do armazenamento, quais profissionais podem coletar, quais exigências para esses profissionais serem habilitados para coletar, como você poderá utilizar as células-tronco na saúde, e como o laboratório irá garantir a qualidade do material armazenado por décadas.
Esses são os principais pontos que recomendamos o cliente saber antes do armazenamento, afinal, guardar células-tronco é um ato para a vida toda, e você deve se sentir confiança que suas células-tronco estão guardadas com toda segurança e qualidade!
Para que armazenar as células-tronco do dente de leite?
O objetivo do armazenamento de células-tronco é abrir portas para mais formas de saúde ao longo da vida. Com o armazenamento de células-tronco, as pessoas podem ter suas próprias células guardadas com a idade atual, de forma que, quando ficarem mais velhas, podem utilizar essas células mais jovens para elas ajudarem a regeneração do corpo, otimizando o tratamento.
Um exemplo que sempre usamos é a fratura em crianças. Uma criança que quebra a perna andando de bicicleta acaba se regenerando em um mês, por aí. Porém um adulto ou idoso que sofre a mesma fratura demora muito mais para se recuperar. Isso se deve ao fato de que as células da criança são mais ativas, muito mais jovens. Então o armazenamento busca preservar essa jovialidade para o beneficiário usufruir durante a vida.
As células-tronco mesenquimais, tipo presente no dente de leite, é a célula responsável por formar células de ossos, músculos, cartilagem, tecido nervoso (neurônio), pele, gordura, tendões, vasos sanguíneos, e também células de órgãos, como células do coração, fígado, rim, e muitos outros. Além disso, elas também possuem um grande potencial anti-inflamatório, como se dissessem para as células da região “fiquem calmas, eu cheguei!”. Assim elas também podem atuar em tratamentos que o processo inflamatório é grave, como a infecção viral do Covid-19, por exemplo. Se quiser, leia sobre os tratamentos aqui.
Especialmente, o dentinho de leite tem muito potencial! As células-tronco coletadas dele são muito jovens e de uma origem primitiva do desenvolvimento do corpo. Por isso incentivamos tanto o armazenamento dessas células. Apesar de adultos também poderem coletar células-tronco, elas nunca terão a qualidade das células-tronco do dentinho de leite.
Qual outra forma de coletar células-tronco?
Ótima pergunta da Elizandra. Há algumas formas além do dentinho de leite e do dente do siso, sim. Adultos também podem coletar pelo Periósteo do Palato e pelo Tecido Adiposo. Pelo tecido adiposo é necessário que o paciente já tenha uma cirurgia agendada, fazendo com que a gordura que seria jogada no lixo depois de uma lipoaspiração, ou de outro procedimento que colha esse material, seja enviada para a R-Crio isolar as células-tronco da amostra.
A R-Crio também já tem uma forma exclusiva de coletar células-tronco: pelo Periósteo do Palato. Nós até escrevemos um texto sobre isso recentemente. O periósteo é uma pequena parte do palato, nosso osso do céu da boca. A gente desenvolveu um procedimento super simples para coletar um pedacinho de só 3mm do céu da boca para isolar as células-tronco, muito parecido com uma biópsia. O procedimento é tão simples que pode ser feito em crianças, adultos e idosos, não há necessidade de sutura ou pós-operatório, e a coleta é realizada em menos de cinco minutos. Se houver interesse, leia sobre aqui.
Quanto custa armazenar células-tronco?
Antes de armazenar células-tronco, ou mesmo antes de falar com a R-Crio, as mamães ficam apreensivas de ser um serviço de extremo luxo. Felizmente, a ciência e tecnologia avançam justamente para tornar mais acessível facilidades para toda sociedade. Lembra do celular nos anos 90, ou mesmo a televisão nos anos 60?
A R-Crio tem um valor de R$ 735 por ano para as células ficarem armazenadas com a gente. E só. Esse valor também pode ser parcelado ao longo do ano. Muitas famílias preferem dessa forma, se comprometendo com parcelas em torno dos R$ 60 por mês para manter as células guardadas. É próximo do valor do Netflix, não é? Só que ele está sendo usado para o beneficiário ter mais uma forma de prevenção com saúde. 😉
A coleta das células-tronco tem um valor também, devido aos esforços iniciais para coletarmos e armazenarmos as células-tronco com a certeza de sua qualidade para uso em saúde. Nossa coleta fica em R$ 4.200, também podendo ser parcelada em doze meses, e já possui diversos serviços inclusos: transporte aéreo e terrestre do Kit de Coleta até a clínica para a coleta, e da clínica de volta para nosso laboratório, duas consultas com o profissional coletor credenciado, e também todos os ensaios de qualidade que garantem o uso de células-tronco em saúde. Ah! E o primeiro ano de armazenamento também está incluso.
Qual a diferença entre células-tronco do sangue do cordão e do dente de leite?
Tenho certeza que a dúvida da Sílvia também é de muitas mamães e papais!
Ambas células-tronco são consideradas adultas, mesmo que estejam presentes em crianças. Elas levam essa classificação por estarem presentes em corpos já formados. Dentro dessa categoria existem dois tipos: mesenquimais e hematopoiéticas.
A R-Crio não trabalha com as células-tronco hematopoiéticas, mas sabemos explicar um pouquinho para você. As células-tronco hematopoiéticas são as do sangue do cordão umbilical. Essas células são as que dão origem às células sanguíneas do corpo, e por isso são as mais indicadas para tratar doenças autoimunes. Nessas doenças o sistema imunológico destrói as células de defesa do organismo, por isso as células-tronco hematopoiéticas podem ajudar a repor essas células destruídas. Mas existe um porém. Essas células-tronco não se multiplicam em laboratório e as vezes a quantidade que foi armazenada é muito baixa. Por isso, mesmo fazendo o armazenamento privado, muitas famílias acabam precisando recorrer a bancos públicos de medula óssea para encontrar um doador compatível. O transplante de medula óssea nada mais é que um transplante de células-tronco.
Nós somos especialistas em células-tronco mesenquimais, tipo presente na polpa dentária, periósteo do palato e tecido adiposo. Essas células são as responsáveis por formar as células dos tecidos e órgãos do corpo, como ossos, músculos, pele, cartilagem, vasos sanguíneos, gordura, entre muitos outros tipos. A grande diferença é que ela consegue se multiplicar em laboratório! Ou seja, mesmo depois do beneficiário pedir as células, podemos multiplicar novamente e voltar a ter a quantidade que tínhamos originalmente. Se você quiser ler mais sobre essas diferenças, leia esse texto do blog também.
Como ser um profissional coletor de células-tronco?
Tão importante quanto o armazenamento é o processo de coleta. E o protagonista dessa história é o profissional coletor! Esse é um momento importante para as famílias e para nós, e por isso queremos que todo profissional de saúde que faça coletas com a R-Crio seja muito bem treinado.
O processo é simples. Todo profissional de saúde que queira coletar células-tronco para a R-Crio deve apresentar o alvará sanitário do local onde as coletas serão realizadas. Esse é o documento mais importante, e anualmente iremos pedir o documento para atualizar no sistema. Sem ele, automaticamente o credenciado passa a ficar inativo em nosso sistema.
Além desse documento, precisamos também que o profissional faça o preenchimento de dois documentos: dados cadastrais e questionário de qualificação. Esse último solicita informações sobre a quantidade de equipamentos e infraestrutura, uma segurança para ambas as partes de que a coleta será realizada no ambiente correto. Esses documentos devem ser assinados eletronicamente pelo profissional.
Por fim, os profissionais que vencerem as etapas acima terão acesso a treinamentos EAD por meio de nosso portal. Os treinamentos explicam as condições de chegada do Kit, bem como seus itens. Eles também explicam sobre o que são células-tronco, qual forma ideal de coletar o tecido que contêm as células, e como montar o Kit de Coleta para ser enviado de volta para a R-Crio.
Onde coletar células-tronco?
A coleta de células-tronco é realizada no Brasil inteiro por meio dos profissionais credenciados. A R-Crio pode enviar o Kit de Coleta para todas regiões do Brasil, inclusive já realizamos coletas em todos os estados brasileiros. Nosso laboratório fica em Campinas/SP, polo tecnológico do estado de São Paulo. Entretanto, hoje temos centenas de profissionais de saúde credenciados e treinados para realizarem a coleta para nós.
Posso doar células-tronco para bancos públicos de células-tronco?
Existe essa possibilidade, sim, porém hoje só existem bancos de células-tronco hematopoiéticas (explicamos lá em cima o que são). Esse tipo de célula-tronco é possível de haver uma compatibilidade entre parentes próximos, e em raros os casos entre pessoas distantes. O transplante de medula óssea é um transplante desse tipo de célula-tronco também.
Os bancos públicos funcionam da mesma forma que bancos financeiros. O material depositado ali pode ser utilizado por outra pessoa que tem mais necessidade do que você no momento, e você tem direito de retirar o material também quando precisar. É assim que também funciona com os bancos públicos de células-tronco hematopoiéticas. A vantagem é que o beneficiário tem acesso a uma rede grande de células-tronco, e assim pode ter acesso a uma grande quantidade de células-tronco. Lembrando que a R-Crio NÃO trabalha com essa fonte de célula-tronco.
A gente trabalha com as células-tronco mesenquimais, e ainda não há bancos públicos desse tipo de célula-tronco. As mesenquimais não são possíveis de serem compartilhadas entre pessoas, nem mesmo parentes próximos! Por isso não existem bancos públicos de células-tronco mesenquimais, e o armazenamento privado para o uso exclusivo do beneficiário é a solução existente.
Caso você queira doar dentes de leite para estudo com células-tronco e outros, procure as doações para a USP. Eles aceitam doações de dentes para serem estudados pela turma de odontologia, e possuem projetos e campanhas bem organizados. Visite o site deles aqui.
Como armazenar células-tronco da forma correta?
Não é na geladeira nem em um potinho com álcool, combinado?
As células-tronco devem ser armazenadas corretamente por meio da criopreservação. A criopreservação é justamente o processo de parar o metabolismo de organismos vivos e com isso também parar o relógio biológico daquele material. No nosso caso, as células-tronco. Você deve se lembrar de filmes de ficção-científica mencionando a criopreservação.
Para criopreservar é importante que as células passem por testes de qualidade antes do congelamento, garantindo que as células sejam úteis para terapias de saúde. Já imaginou guardar as células por décadas e décadas, e no fim descobrir que foram congeladas de forma errada e sem testes de qualidade? Terrível, né?!
Outro ponto importante para congelar as células-tronco é fazer o decaimento da temperatura de forma gradual. O nitrogênio líquido, responsável pela criopreservação, tem temperatura natural de -196ºC. Não tem freezer doméstico que aguente! Mas para congelar nessa temperatura as células devem ser esfriadas gradativamente para não sofrerem com o choque de temperatura.
A coleta também deve ser feita da forma correta. A gente precisa ter certeza que as células-tronco estão vivas ainda e sem contaminação do ambiente, por isso é importante só armazenar células-tronco de dentinhos que foram coletados em dentistas treinados. E olha só o comentário abaixo!
Dentinhos que caíram faz tempo não podem ser armazenados justamente por conta do que falamos acima. Se eles caíram faz tempo, e estão guardados em casa, já tiveram contato com o ambiente e as células presentes nele já morreram. os dentes são órgãos de verdade, e da mesma forma como transplantes de órgãos, são muito perecíveis. Por isso devemos transportar os dentinhos com agilidade, mesmo que precisemos de transporte aéreo para isso.
Como ter certeza da qualidade das células-tronco armazenadas?
No começo do texto falamos que o armazenamento de células-tronco ainda é um assunto muito novo para as famílias. Mas na verdade ele também é um assunto novo para muitos profissionais de saúde!
No comentário acima da Michelli o médico diz que não vale a pena armazenar por conta da baixa quantidade de células-tronco nos dentinhos, mas já explicamos aqui que elas são capazes de se multiplicar dentro do laboratório. Para você ter ideia, são alguns milhares de células-tronco presentes nos dentinhos, porém com alguns dias de multiplicação chegamos à milhões de células-tronco!
Nossos ensaios de qualidade fazem a multiplicação das células-tronco e avaliam essa taxa de multiplicação. Eles também contam as células-tronco, fazem testes de identificação para termos certeza que são células-tronco mesenquimais que estão sendo armazenadas, e também fazemos testes de esterilidade e pureza das células-tronco. Os testes são essenciais e só passam segurança para todos envolvidos no processo, sejam eles os beneficiários, profissionais de saúde, e nós da R-Crio.
Caso uma célula não passe nos testes de qualidade, uma recoleta é solicitada ao cliente. São poucos os casos, mas entendemos que é uma situação frustrante. Apesar disso, é melhor identificarmos essa necessidade agora do que no momento de urgência para utilizar as células-tronco.