Armazenar células-tronco é uma forma de acesso a saúde já estabelecida no começo do século XXI. Nos anos 2000, a criopreservação de células-tronco por meio dos dentes de leite e sangue do cordão umbilical se popularizou. Com isso, centenas de milhares de crianças já possuem suas células-tronco armazenadas. Mas afinal, como armazenar células-tronco do dente de leite?
Como a coleta funciona?
Antes de tudo, devemos nos ater ao objetivo da coleta de células-tronco. As células-tronco já são entendidas pela Anvisa como um medicamento especial (leia sobre isso aqui). Portanto, a coleta desse material valioso deve ser feita objetivando o uso de células-tronco em tratamentos de saúde, assim necessitando um processo sério, com toda segurança biológica que a coleta merece.
Dito isso, vamos à coleta. Ela é realizada em profissionais credenciados no Brasil inteiro, os quais geralmente são odontopediatras habituados ao trabalho com crianças. Todos são treinado pela R-Crio, e apresentam anualmente o alvará sanitário da clínica para manterem o credenciamento conosco.
1. Pedido de radiografia para coleta de dente de leite
Antes da coleta precisamos de uma radiografia, a qual pode ser solicitada pelo profissional credenciado. Pode-se também utilizar uma radiografia recente de até seis meses atrás. Esse documento é enviado para a R-Crio fazer uma avaliação.
A radiografia nos dirá se a polpa dentária – local onde as células-tronco estão – está irrigada por meio da raiz. A R-Crio precisa somente de um dente de leite com ainda 1/3 de raiz no momento da coleta, verificando a existência do dente permanente acima do dente de leite que será coletado. Essa quantidade de raiz significa que o dente de leite já está bem molinho, mas a polpa dentária ainda não está exposta ao ambiente.
2. Coleta do dente de leite para armazenar células-tronco.
Com a radiografia em mãos, iremos agendar a consulta de coleta. Então, nesse dia, a R-Crio irá se programar para enviar o Kit de Coleta para a clínica do dentista. O Kit de Coleta possui um tubo com um meio de cultura dentro, o qual irá manter o dente nutrido e preservado durante o transporte. Além disso, no Kit de Coleta também enviamos dois materiais, um Certificado de Coragem e um Kit de Plantio, dois presentinhos para as crianças levarem para a casa depois da coleta.
Armazenamento de células-tronco do dente de leite.
O Kit de Coleta é enviado de volta para o laboratório da R-Crio em Campinas/SP, onde fazemos a criopreservação. O armazenamento de células-tronco do dente de leite é realizado em tanques de nitrogênio líquido. Esses tanques são capazes de manter temperaturas muito baixas, estimadas em -196ºC. Como resultado, conseguimos preservar as amostras por várias décadas, suficiente para os beneficiários terem suas células-tronco guardadas por toda a vida.
3. Exame sorológico para armazenamento de células-tronco.
Com a coleta feita, o profissional coletor não precisa se preocupar mais com nada. O beneficiário somente deve enviar um exame sorológico para a R-Crio, como exigido pela Anvisa. Esse exame pode ser obtido após uma doação de sangue, ou realizado por meio de laboratórios. Muitos planos de saúde possuem esse exame em sua cobertura.
A R-Crio é um Centro de Processamento Celular (CPC), nome dado a laboratórios que possuem capacidade de armazenar e também processar células-tronco para terapias celulares ou ensaios clínicos. Isso é fruto da RDC 214/2018, a qual estratificou laboratórios por todo Brasil.
4. Processo de criopreservação de células-tronco.
O CPC da R-Crio faz testes de qualidade antes de armazenar as células-tronco. Com isso podemos garantir que o cliente terá células-tronco viáveis para uso já armazenadas, garantindo também a entrega e eficiência das células-tronco. O processos do laboratório da R-Crio são:
- Isolamento. Primeiramente, vamos separar as células-tronco da polpa dentária. O dente de leite e o resto da polpa são descartados depois desse processo.
- Adesão e multiplicação. Em seguida, as células-tronco são postas em meios de cultura celular para iniciarem a multiplicação. As células então vão para incubadoras que simulam a oxigenação e temperatura do corpo humano.
- Quarentena. Após chegarmos à milhões de células-tronco iremos congelar as células-tronco. Depois iremos descongelar parte delas, a qual seguirá para controles de qualidade.
- Ensaios de qualidade. Essa fração segue para ensaios de qualidade, de acordo com a RDC 214/2018. São feitos ensaios de diferenciação celular, imunofenotipagem (identificação de células-tronco mesenquimais), endotoxinas, micoplasma e outros de esterilidade.
Dessa forma, podemos armazenar as células-tronco do dente de leite do beneficiário definitivamente. Com isso conseguimos entregar o serviço de melhor qualidade ao beneficiário, garantindo para o cliente de que estão sendo armazenadas células-tronco saudáveis e com garantia de uso para sua saúde.
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Em suma, armazenar células-tronco é um processo simples, mas que deve ser feito com seriedade e comprometimento.
Se você quiser saber mais, acesse aqui um ebook super completo, explicando como funcionam os tratamentos, a coleta, diferenças entre tipos de células-tronco e veja também alguns exemplos de coletas já realizadas pela R-Crio.
Até a próxima semana!