Há algumas semanas falamos sobre a medicina integrativa, e como medidas complementares às práticas médicas tradicionais podem contribuir com a recuperação do paciente. Especialmente, no autismo, os tratamentos alternativos possuem grande importância, uma vez que muitos deles trabalham coordenação, sociabilização e os sentidos. Entretanto, ainda poucas pessoas, as quais são definitivas para o desenvolvimento do autista, possuem conhecimento sobre a condição. No texto de hoje entenda mais sobre a condição, entenda o papel das células-tronco do dente de leite, e conheça novos tratamentos para o autismo que estão melhorando cada vez mais a qualidade de vida das crianças.
Terapia Comportamental
Segundo Martha Hubner, professor do IPq (Instituto de Psiquiatria da USP), a Terapia Comportamental (TC) é o único tratamento baseado em evidências científicas para o autismo. Ela dirige o Cais – Centro para autismo e inclusão social. O propósito da instituição é, além de oferecer tratamento gratuito para autistas, prover aos pais um tipo de treinamento para lidar com as crianças autistas. O tratamento é dirigido por alunos de graduação e pós-graduação, focando principalmente na área comportamental.
“A criança e os pais ficam aqui no Cais aprendendo durante dois anos. Os pacientes melhoram muito, aprendem a falar e a pedir” – Martha Hubner, em entrevista para Revista Espaço Aberto da USP em 2021.
Martha destaca que nos Estados Unidos, a Terapia Comportamental é o único tratamento recomendado para a criança autista. No Brasil, não é o único permitido, porém recentemente foi lançado um edital indicando o uso desse tratamento. Ela diz que no Brasil ainda há um déficit muito grande no trabalho com a terapia, sobretudo especializada no autismo.
Do diagnóstico ao tratamento.
Estevão Vadasz, também professor do IPq (Instituto de Psiquiatria da USP) e fundador do Protea (Programa do Transtorno do Espectro Autista), diz que o diagnóstico e tratamento precoce, com criança de até um ano à um ano e meio, é o grande salto nos países desenvolvidos. Ele comenta que existem diferentes graus de autismo, então a intensidade dos sintomas pode varias. Em um extremo, a criança tem o comportamento bastante comprometido, enquanto a de grau leve pode ser extremamente brilhante.
O dia 2 de abril é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo desde 2008, via uma ação da ONU. Ele afeta vários aspectos da comunicação, além de influenciar no comportamento do indivíduo. O CDC (Center of Deseases Control), órgão ligado ao governo dos EUA, estima-se que haja 1 caso de autismo para cada 110 pessoas. Assim, calcula-se que no Brasil haja cerca de 2 milhões de pessoas autistas. E apesar da incidência alta, a família e os brasileiros autistas têm dificuldades para encontrar o tratamento adequado.
A busca da explicação.
Em entrevista para a Revista Espaço Aberto da USP, a professora Maria Rita dos Santos e Passos Bueno, explica que há uma busca no mundo todo para entender quais são as causas genéticas do autismo. A professora é coordenadora do núcleo voltado ao autismo do Centro de Pesquisa sobre o Genoma Humano e Células-tronco do Instituto de Biociências (IB) da USP. Segundo ela, a eficiência dos testes ainda é muito baixa, e o diagnóstico ainda é baseado na observação do paciente, como a fala e comportamento.
No final de 2014, os pesquisadores do Projeto Genoma fizeram uma descoberta importante. Pesquisadores descobriram por meio de células-tronco transformadas em neurônios que o gene TRPC6 seria um dos genes da predisposição ao autismo, e que alterações nesse gene levariam a problemas nos neurônios. E os pesquisadores foram mais além. Eles chegaram à conclusão de que, para essas variações, nesse neurônio específico, uma substância chamada de hiperforina pode ser benéfica, a qual está presente na Erva-de-São-João, abundante no Brasil.
Veja o trecho da entrevista do Dr. José Ricardo, fundador e responsável pelo laboratório da R-Crio, para a Faculdade São Leopoldo Mandic comentando sobre o assunto:
Novos tratamentos para autismo.
Primeiramente, existem tratamentos considerados essenciais para o indivíduo autista. Esses tratamentos buscam trabalhar a comunicação e comportamento. Segundo o Portal Autismo em Dia, os principais são a psicoterapia, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional e pedagogia. Esses tratamentos são essenciais para o desenvolvimento da criança, sempre lembrando de começar mais cedo para melhores resultados.
Entretanto, há alguns outros novos tratamentos e opções para o autismo, os quais muitas famílias estão recorrendo como forma de desenvolver ainda mais a expressão e sociabilidade das crianças autistas.
Equoterapia.
A terapia com cavalos serve para estimular o desenvolvimento da mente e do corpo, segundo o Portal Tua Saúde. Essa terapia deve ser feita em um local especializado e adequado, com cavalos mansos e equipe paciente e especializada. Muitos locais oferecem um terapeuta para acompanhar, muitas vezes especializado em psicomotricidade. As sessões podem ser de somente 30 minutos por semana e podem ser realizadas em grupo.
No caso do autismo, a equoterapia estimula a interação social, linguagem e emocional. Nela, a criança aprende a lidar com medos, desenvolver expressões corporais, equilíbrio, postura e interação com outras crianças na terapia. Os principais benefícios destacados são o desenvolvimento do afeto, sensibilidade tátil, postura e equilíbrio, autoconfiança, coordenação e tônus muscular.
Musicoterapia.
A musicoterapia mistura a arte, saúde e neurociência para tratar o paciente. O tratamento foca em áreas com a expressão comunicação, aprendizado e organização, segundo o Portal Autismo em Dia. A terapia tem diversas aplicabilidades, sendo também utilizada para casos de autismo grave. Contudo, dependendo do paciente, as sessões podem ser feitas em grupo ou individuais.
Podem atuar com musicoterapia somente formados no curso de ensino superior com mesmo nome. Formados também podem fazer pós-graduação nessa área, especialmente os graduados em música ou áreas da saúde. Existem diversas abordagens da musicoterapia, e nenhuma delas é tida como obrigatória no tratamento. A musicoterapia improvisacional, por exemplo, é a mais estudada. Ela deixa o paciente livre para improvisar com os instrumentos, podendo ser guiada (orientação de ritmo e instrumentos) ou livre. Também existe a Musicoterapia Orff, Modelo Campo do Tocar e Musicoterapia Neurológica. Essa última possui muitos desdobramentos, como treinamento para percepção auditiva, estimulação rítmica, entonação de voz, execução musical instrumental terapêutica e muitos outros.
Cromoterapia.
As crianças autistas têm bastante influência das cores e muitas vezes possuem percepções diferentes sobre elas. Segundo o Instituto Neurosaber, algumas tonalidades de cor, como o azul, traz sensações especiais para quem tem e quem não tem autismo. Porém, em especial, no autismo azul estimula sentimento de calma e maior equilíbrio. Dessa forma, a cor pode auxiliar em momentos que a criança apresenta sobrecarga sensorial ou de estresse. Por sua vez, as cores amarela e laranja podem ser responsáveis por estimular a socialização.
Ainda segundo o Instituto, é difícil prever o que pode ser melhor para cada caso de autismo, mas a cromoterapia teve resultados nos mais variados casos. É importante mencionar que ela só pode ser feita com acompanhamento médico.
Armazenamento de células-tronco para autistas.
Trazendo um pouco para o universo da R-Crio, o armazenamento de células-tronco é uma outra forma de ter acesso a tratamentos e mais conhecimento sobre a condição da criança. Além dos benefícios preventivos, como em caso de doenças, lesões e outras condições com uso terapêutico de células-tronco, elas podem ser utilizadas para realizar estudos personalizados para autismo da criança.
As células-tronco do dente de leite das crianças são possíveis de serem transformadas em células de neurônios, como falamos anteriormente. No caso de células-tronco de uma criança autista, os neurônios formados também terão autismo, e assim pode-se experimentar melhores medicamentos especialmente para aquela genética. A pesquisadora Karina Griesi contou para a R-Crio em uma entrevista exclusiva sobre essa forma de uso, e como o armazenamento de células-tronco pode garantir à família uma vantagem única no tratamento da condição.
Compartilhe com amigos e familiares esse texto como forma de incentivar a Conscientização ao Autismo, tema relembrado mundialmente no último dia 02. Além disso, continue lendo nosso blog, e descobrindo cada vez mais o universo da medicina regenerativa como presente para seus filhos e toda família. Até um próximo texto!