A vacina contra a bronquiolite pode trazer mais proteção para o bebê e tranquilidade para os pais. Porém, antes de falar sobre prevenção, conheça a doença. De fato, segundo levantamento publicado em 2024, pelo Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences (BJIHS) a maioria dos óbitos por bronquiolite aguda ocorrem na faixa etária de 28 a 364 dias (96,33%). Ou seja, é a principal causa de morte por infecção em crianças com menos de um ano.
“A doença é causada por vírus, como, por exemplo, o sincicial respiratório (VSR), e afeta os bronquíolos. Os sintomas iniciais que, por vezes, se parecem com um resfriado comum, incluem cansaço e tosse. Essa condição é especialmente comum em bebês menores de seis meses, mas também pode ocorrer em crianças de até um ano. Portanto, para minimizar o risco, é fundamental que pais e cuidadores estejam atentos aos primeiros sinais e busquem orientação médica”, diz a pediatra da Santa Casa de São José dos Campos, Regiane Fleck.
Transmissão e sintomas da bronquiolite
A bronquiolite é altamente contagiosa e se transmite por tosse, espirros e contato próximo com infectados. Muitas vezes, irmãos gripados, pais e avós podem, sem querer, transmitir a infecção ao bebê. A doença leva à inflamação dos bronquíolos, resultando em cansaço acentuado nos pequenos e, em casos graves, requer internação em UTI pediátrica.
A importância da vacina contra bronquiolite
“Hoje, contamos com a vacina Abrysvo, destinada a prevenir a bronquiolite, especialmente em bebês até seis meses. O médico administra a vacina em gestantes entre 24 e 36 semanas de gravidez, permitindo que a mãe produza anticorpos que o bebê recebe pela placenta. Assim, ao nascer, o bebê já tem proteção contra o VSR até aproximadamente seis meses de vida. É essencial que a vacina seja aplicada com um intervalo de aproximadamente 15 dias em relação a outras vacinas, como a DTPa (para coqueluche)”, explica Regiane Fleck.
Efeitos colaterais da vacina contra bronquiolite
A vacina Abrysvo geralmente causa efeitos colaterais leves, como dor e vermelhidão no local da aplicação. No entanto, sua eficácia na prevenção da bronquiolite torna a vacinação fundamental para gestantes entre 24 e 36 semanas. Segundo Regiane Fleck, a imunização precoce é uma ferramenta poderosa para proteger bebês contra a bronquiolite e suas complicações.
Quem pode ser imunizado com a vacina contra bronquiolite?
Após o nascimento, bebês prematuros extremos (menos de 28 semanas), crianças com displasia broncopulmonar e aquelas com cardiopatia congênita podem receber o Palivizumabe, um anticorpo monoclonal. O pediatra prescreve a aplicação desse medicamento em cinco doses (1 por mês) durante o período de maior circulação do vírus. “Dependendo do grupo de risco, a aplicação do Palivizumabe pode continuar até o bebê completar um ou dois anos“, acrescenta a médica.
Recomendações e prevenção contra a bronquiolite
Conforme explica Regiane Fleck, uma criança pode desenvolver bronquiolite mais de uma vez, mesmo após já ter contraído a doença anteriormente. “Diversos vírus, como o VSR, rinovírus e influenza, são responsáveis por causar essa infecção. Para reduzir o risco, é essencial a vacina contra bronquiolite e que as pessoas adotem medidas preventivas. Por exemplo, devem lavar as mãos com frequência, usar álcool em gel e evitar ambientes fechados, além de limitar o contato próximo com pessoas gripadas. Se um membro da família estiver doente, é altamente recomendável limitar o contato com o bebê, pois isso ajuda a proteger a saúde da criança“, diz.
A bronquiolite, por sua vez, é uma infecção viral que afeta os pulmões e as vias respiratórias, apresenta sintomas semelhantes aos da gripe. Em casos mais graves, a condição pode evoluir para dificuldades respiratórias sérias, o que reforça a importância da prevenção e do acompanhamento médico.