O bruxismo, caracterizado pelo apertar ou ranger dos dentes, é uma condição que afeta muitas pessoas, frequentemente, durante o sono. No entanto, todas vezes que há períodos de tensão, os músculos da mandíbula são ativados involuntariamente, resultando no apertar ou ranger dos dentes. Dessa forma, a ação repetitiva, se não tratada, pode levar a complicações, incluindo danos aos dentes, dores na mandíbula e dores de cabeça frequentes. É fundamental reconhecer os gatilhos emocionais e físicos do bruxismo para buscar abordagens terapêuticas adequadas e preservar a saúde bucal a longo prazo.
Sequelas da Pandemia
Segundo pesquisa recente, realizada no Brasil, durante a pandemia da COVID-19, casos de bruxismos foram desenvolvidos ou agravados. O levantamento contou com a participação 1.476 pessoas, que responderam um questionário on-line entre os meses de maio e agosto de 2020. Dos participantes, 85% disseram ter o apertamento durante o dia; 57% rangem os dentes e 71% têm os dois sintomas do bruxismo. Ainda, 76% garantiram que o início ou a piora se deu durante o isolamento.
O que diz o especialista?
O cirurgião-dentista, especializado em estética bucal e implantes dentários, Sidnei Goldmann, afirma que o estresse e o nervosismo são alguns dos principais fatores para o desencadeamento do bruxismo, que consiste no ranger dos dentes, de forma inconsciente, principalmente durante o sono. “Quem sofre com o problema, muitas vezes, só descobre na consulta odontológica. Desse modo, em alguns casos, as consequências já são graves, como por exemplo, o desgaste dental avançado e a exposição da dentina; perda do esmalte; quebra do dente, problemas funcionais e deformação estética da face; dores na articulação mandibular, no pescoço e também de cabeça”, explica.
O especialista afirma que durante o sono, os músculos da mastigação se movem por até 12 mil vezes, ou seja, momento em que o paciente aperta e range os dentes. “Caso a pessoa não saiba que tem o distúrbio, algumas características comportamentais podem ajudar a identificar a tendência. Frequentemente, são pessoas mais quietas e tímidas e se tornam introvertidas quando enfrentam problemas. Do mesmo modo, não têm resposta rápida para solucioná-los; é comum que descarreguem a “energia emocional” acumulada e o estresse na mastigação. No entanto, existem outros fatores que podem desencadear o bruxismo. Por esse motivo, devemos identificar a causa para potencializar o tratamento”, analisa Goldmann.
Tratamento e prevenção
“Após a descoberta do perfil é importante tratar. O uso de placa reprogramadora ou aparelho de bruxismo, para a proteção, usada durante a noite, cessa o ranger dos dentes. Os equipamentos moldados a partir da arcada dentária do paciente, que deve usá-lo durante o sono e, se necessário, também durante o dia, pois o apartamento, por exemplo, é involuntário. Durante as horas de trabalho, por tensão ou nervosismo, a pessoa, ser perceber, pode travar o maxilar. Além disso, nos casos mais agressivos, deve-se iniciar um tratamento para a recuperação dental. Eu, particularmente, ainda recomendo, além do tratamento dentário, a prática de alguma atividade calmamente antes de ir dormir, como a ioga ou o alongamento. Esses novos hábitos ajudarão a ter um sono mais tranquilo e a relaxar”, finaliza o cirurgião-dentista.