Quando a redação do blog da R-Crio pensou em escrever um texto contextualizando o Dia dos Pais, já que essa data é comemorada em agosto, a equipe não imaginava que iria se emocionar tanto. A sensibilização não veio à toa, já que o papo com Antonio Tabalipa, super pai do Bruno, de oito anos, transborda amor e cuidados.
Como a mãe do Bruno entra no trabalho às 7h, ela é psicóloga no Centro de Detenção Provisória de Jundiaí, o Antonio fica em casa com o filho pela manhã: dá café, remédio, faz o almoço, dá banho e o leva para escola. “Alguns dias da semana, a Glau (mãe de Bruno) vai para São Paulo fazer terapia. Então eu pego o Bruno na escola e trago para casa, vejo se tem lição para fazer. Se tiver, eu o ajudo, depois jantamos e ficamos conversando sobre muitas coisas. As vezes ‘trabalhamos juntos’ e ele é bem parceiro nesse sentido”, conta sobre a relação de união com seu garoto.
Falando em “trabalharem juntos”, o Bruno já fala sobre o que quer ser quando crescer e – na verdade – quer ser ‘de tudo um pouco’. Ele já contou para o pai que quer ser lixeiro, policial, bombeiro, engenheiro e que quer servir ao exército. “Como eu fui do exército, ele já foi comigo algumas vezes em solenidades, no quartel que tem aqui em Jundiaí. Então ele disse que está esperando fazer 18 anos para se alistar. Mas também quer ser engenheiro, quer trabalhar com máquina agrícola, quer dirigir trator. Como eu disse que sabia dirigir os carros de combate e os tanques, ele também quer dirigir. Ainda tem uma lista muito grande de coisas que ele gostaria de ser”, explicou Antonio.
Com tantas experiências profissionais para contar ao filho, não faltam também experiências pessoais e de superação dessa relação tão intensa entre essa dupla. Quando questionado sobre a melhor experiência que tiveram juntos, Antonio explicou que são os pequenos acontecimentos do dia a dia que o surpreendem. Bruno possui uma condição clínica chamada Coloboma . “Apesar de o Bruno ter essa deficiência visual, eu o ensinei a andar de bicicleta e logo depois ele me pediu para tirar as rodinhas. Eu tirei e ele saiu andando tranquilamente. São essas coisas que ele faz, com a superação de cada dia, pulando, jogando bola e até defendendo no gol que me deixam de queixo caído. Eu não sei como ele consegue, qual o senso que ele tem, já que se desloca pelos lugares sem esbarrar em nada, tem percepção de audição e uma memória que são sinônimos de exemplo e lição de vida. Observar todos esses detalhes é muito prazeroso”, detalhou o paizão orgulhoso.
Para os momentos mais difíceis, mais amor, cuidados, medicina e ciência fazem parte da rotina desse super pai e de toda a família do Bruno. A pior experiência que tiveram em relação à saúde, segundo o Antonio, foi durante uma consulta ao oftalmologista que diagnosticou uma possível consequência relacionada à evolução do Coloboma do Bruno. “Foi um momento muito triste saber das consequências, nosso pior momento juntos foi esse. Saber o que podia acontecer nos preocupou e então começamos a pensar nas células-tronco para o futuro, diante de tantas pesquisas no Brasil, EUA, Inglaterra, já que a pior solução seria a retirada do olho. Se para mim seria terrível, imagine para ele”, relembrou.
Cuidados de sobra no presente e para o futuro
Para manter o Bruno saudável, o Antonio acredita que a receita é uma só: ensiná-lo todos os dias que ele é capaz de superar os problemas que aparecem, pois, para ele, ser saudável não é só a parte da saúde física, mas também a saúde mental. “Você conseguir vencer as suas barreiras, você entender que é capaz de superar os problemas e sair do outro lado, não se deixar abater – independentemente do que aconteça – isso é ser feliz. Temos que ser felizes”, falou de maneira inspiradora o paizão.
O Antonio é pai do Bruno desde que o pequeno tinha 2 anos e 10 meses e já no início dessa relação de pai e filho rolou muita parceria, informação e aprendizados aos dois lados. “Nós o levamos a vários oftalmos e, mesmo com as instruções de que a estimulação visual deveria ser feita após o Bruno completar 10 anos, decidimos começar antes e fomos atrás das possilibidades que existiam, o que incluía aprender braile”. Fizemos estimulação visual e, apesar de alguns oftalmos dizerem que pela literatura médica ele só iria ver tons de preto e branco e cinza, ele já enxerga cores, está melhorando e evoluindo. Ainda que ele não fique curado de sua malformação, espero que um dia alguma pesquisa possa terminar aquilo que a natureza não finalizou”, desejou esperançoso.
Essa esperança do super pai do Bruno não é a toa, já que ele acredita que é muito importante apostar na ciência e na medicina, mas também em ações preventivas e tratamentos. Para ele, a prevenção é importante porque possibilita mudanças, sendo assim, ele aplica medidas preventivas em todos os campos da sua vida, desde a manutenção do carro até a sua saúde, a do Bruno e a de sua esposa. “Se daqui a alguns anos aparecer uma pesquisa com células-tronco para Coloboma, ele já tem as suas preservadas”, ponderou.
O tema “células-tronco” apareceu em uma noite, quase madrugada, de trabalho do Antonio. Ele estava ouvindo um programa de uma rádio, quando o tema “criopreservação das células-tronco do dente de leite” veio à tona e ele prestou bastante atenção. “Como adotamos meu filho e não temos o mesmo tipo sanguíneo, não somos capazes de doar nada para beneficiar a saúde dele. Esse era um assunto que me preocupava e vejo como as pesquisas com células-tronco estão evoluindo, acredito que guardar as células do Bruno pode ser uma solução. E eu espero que dê certo”, concluiu o Antonio durante a conversa.
A R-Crio também espera que dê muito certo, Antonio, e por isso aposta e confia que as células-tronco são sinônimo de proteção, segurança e mais tranquilidade para o futuro. Por isso, recomenda o serviço para todas as famílias do Brasil e parabeniza os papais, que também são fundamentais nessa decisão, por boas escolhas como essa, para os seus filhos!