https://montealtoagora.com.br/noticia.php?idnoticia=4890&saúde-no-futuro:-congelar-dente-de-leite-para-preservar-célula-tronco
Saúde no futuro: congelar dente de leite para preservar célula-tronco
Depois de caírem, os dentes de leite costumam ir para a lata de lixo, para a caixa de lembranças da família ou para a fada do dente. Muitos pais, no entanto, têm optado por dar um destino diferente a eles, enviando-os para serem congelados e armazenados em clínicas de criogenia. A ideia é preservar as células-tronco presentes na parte interna do dente.
As células-tronco retiradas de dentes de leite estão sendo usadas na regeneração de diversos tipos de tecidos e órgãos, podendo melhorar a qualidade de vida de pessoas com doenças degenerativas, como alzheimer e parkinson.
O procedimento garante que, futuramente, a criança de hoje tenha a segurança de tratamentos adequados, tendo em vista que o uso de seu próprio material genético evita possíveis rejeições, em casos como transplantes de órgãos, por exemplo. “As células do dente de leite são especiais pois possuem grande potencial de multiplicação e se transformam em qualquer célula do corpo humano. São um verdadeiro tesouro: células-tronco jovens e de alta versatilidade”, explicou o cientista José Ricardo Muniz Ferreira, que comanda a R-Crio – um centro de processamento celular.
Por isso, o armazenamento, a multiplicação e a preservação das células-tronco são uma forma de garantir a qualidade de vida das novas gerações. “É por esse motivo também que nós, dentistas, devemos aconselhar os pais sobre o futuro de seus filhos, pois o que está em jogo é a saúde e a vida dos pequenos”, explicou o dentista Marcio Henrique Garcia, que coleta o material das crianças em Monte Alto.
Quanto mais cedo for feita a retirada, mais jovens são as células coletadas e melhores os resultados e a qualidade do material. “Os cirurgiões-dentistas são importantes neste processo pois o dente deve ser extraído de forma apropriada e encaminhado ao laboratório de acordo com o protocolo”, lembrou Marcio.
De acordo com ele, a partir de técnicas empregadas, está garantida a qualidade e a multiplicação do material. A criança terá as células armazenadas por tempo indeterminado e, caso seja necessário, poderá fazer uso em qualquer fase da vida. “Claro que isso tem um custo, mas o benefício que a medida gera para a saúde do futuro adulto é incalculável”, comentou Marcio.