A síndrome de burnout é um problema de saúde mental ligado ao ambiente de trabalho em conjunto ao estresse crônico. No Brasil, os números mostram a gravidade da situação. De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), os afastamentos por burnout subiram 236% entre 2019 e 2024, saltando de 178 para 421 casos. O país ocupa a segunda posição mundial em diagnósticos, está atrás apenas do Japão.
A cultura do “trabalhe enquanto eles dormem”, amplamente promovida em redes sociais, contribui para o aumento dos casos da síndrome de burnout. Em outras palavras, essa ideologia, que valoriza a exaustão para alcançar o sucesso, pode levar ao esgotamento físico e mental. Dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) revelam que cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem de burnout, destacando a necessidade de conscientização e ações preventivas.
Conheças as causas da síndrome de burnout
A combinação de fatores de estresse no trabalho é uma das principais causas para o desenvolvimento da síndrome de burnout. Entre elas estão a sobrecarga profissional, ambientes hostis, metas irreais, pouca autonomia, desvalorização, bem como abusos morais ou sexuais. As profissões que envolvem grande pressão, como médicos, professores e jornalistas, são especialmente mais vulneráveis.
Além disso, questões individuais podem aumentar o risco para a síndrome de burnout, como transtornos pré-existentes (ansiedade, TDAH ou depressão) e a acúmulo de responsabilidades, algo comum entre mulheres que conciliam carreira e tarefas domésticas. “Mulheres que enfrentam jornadas duplas têm maior probabilidade de desenvolver burnout, devido à sobrecarga emocional e física”, destaca a psicóloga e mestre em psicologia clínica, Bárbara Couto.
Sintomas e tratamentos para a síndrome de burnout
Os sintomas da síndrome de burnout vão desde exaustão extrema, irritabilidade e dificuldade de concentração até insônia, lapsos de memória e problemas físicos, como dores de cabeça e alterações no batimento cardíaco. Segundo Bárbara Couto, o tratamento começa com descanso e afastamento do trabalho, seguido de mudanças no estilo de vida. Em casos graves, terapia e acompanhamento psiquiátrico são indispensáveis.
“É essencial identificar os gatilhos e mudar comportamentos que contribuem para a síndrome de burnout. Também é importante aprender a delegar tarefas e dizer não, preservando os limites pessoais”, orienta a psicóloga.
Proteja a sua saúde mental
Em resumo, prevenir a síndrome exige equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Ou seja, práticas como gerenciar o tempo, priorizar o descanso e praticar exercícios físicos ajudam a manter a saúde mental. “Nosso cérebro não é máquina, precisa de pausas e momentos de prazer”, finaliza Bárbara.