A pandemia da COVID-19 marcou a história global. Desde as primeiras menções ao novo coronavírus em dezembro de 2019, em Wuhan, na China, até a sua disseminação em escala mundial, a doença mudou rotinas, impactou economias e deixou milhões de vítimas. Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou oficialmente a pandemia da COVID-19, dando início a um dos períodos mais desafiadores do século XXI. Agora, em 2025, cinco anos depois, o vírus continua circulando e exige atenção, mesmo com os avanços da ciência e da medicina.
A COVID-19 ainda precisa de atenção
Embora tenhamos controlado a emergência sanitária, especialistas alertam que a pandemia da COVID-19 ainda persiste. O infectologista Alexandre Cunha, do Hospital Sírio-Libanês, ressalta a gravidade do impacto prolongado da doença. “Perdi mais pacientes nesses cinco anos do que nos 20 anos anteriores da minha carreira. Famílias inteiras foram devastadas, e o impacto psicológico de tantas perdas foi avassalador”, conta. Ainda segundo o médico, a redução na testagem e na vigilância epidemiológica contribuiu para a diminuição da percepção de risco, mas o vírus segue ativo, exigindo monitoramento constante.
Os avanços científicos impulsionados pela pandemia da COVID-19
A ciência deu passos largos impulsionada pela pandemia da COVID-19. A aplicação dessas tecnologias em outras doenças também abre novas perspectivas para a medicina moderna, permitindo respostas mais rápidas a surtos futuros. Apesar do sofrimento causado, o desenvolvimento de vacinas e tratamentos têm destaque, conforme conta Alexandre Cunha. “Tivemos ganhos importantes, como o aprimoramento de técnicas de ventilação mecânica, além de avanços em vacinas de RNA, que representam um grande potencial para o futuro da imunização. Esses ganhos, no entanto, não apagam as perdas sofridas”, diz.
O impacto da desinformação durante a pandemia da COVID-19
Outro legado preocupante da pandemia da COVID-19 foi a proliferação de fake news. Informações falsas sobre tratamentos e vacinas comprometeram campanhas de imunização e contribuíram para a volta de doenças preveníveis, como sarampo e febre amarela. “Tivemos que lutar contra um exército de desinformação, principalmente em relação a tratamentos pseudocientíficos e, mais tarde, às vacinas. As consequências desse movimento ainda serão sentidas por muitos anos. O desafio agora é, portanto, reconstruir a confiança na ciência e, ao mesmo tempo, reforçar a importância da vacinação como ferramenta essencial para a saúde pública”, afirma o médico.
Reflexões cinco anos após a pandemia
O mundo aprendeu muito nos últimos cinco anos, mas a pandemia da COVID-19 segue como um lembrete da fragilidade humana diante de novas ameaças sanitárias. A resiliência das equipes médicas, os avanços na biotecnologia e o fortalecimento das políticas de saúde pública foram conquistas inegáveis. No entanto, a necessidade de manter a vigilância e combater a desinformação permanece. “Nosso aprendizado com essa experiência definirá o futuro da saúde”, finaliza Cunha.