Após os 40 anos, o corpo feminino passa por uma série de mudanças hormonais que afetam diretamente a região íntima. Esse processo, conhecido como climatério, pode resultar em flacidez, perda da libido e ressecamento vaginal. Para lidar com esses incômodos e melhorar a qualidade de vida, especialistas recomendam cuidados específicos.
Mudanças hormonais e seus efeitos
De acordo com um estudo internacional de 2020, 56% das 504 mulheres avaliadas apresentaram sintomas vaginais associados à baixa produção hormonal relacionados as mudanças hormonais após os 40 anos. Entre essas, 77% relataram secura vaginal, 47% experimentaram dor durante a relação sexual, 29% sentiram coceira, 26% apresentaram ardor, e 23% relataram incontinência urinária.
“Durante o climatério, as funções ovarianas diminuem, levando a uma redução na produção hormonal, isso é comum das mudanças hormonais após os 40 anos. Hormônios como o estrogênio, por exemplo, estimulam a produção de células que formam camadas na mucosa vaginal. Com a diminuição desses hormônios, a velocidade de produção de novas células também diminui. Como resultado, a camada vaginal fica mais fina. Por esse motivo, a mulher pode sentir dor, coceira, ardor, bem como maior propensão ao surgimento de fissuras”, explica a sexóloga, Li Rocha.
Cuidados essenciais no climatério
Para minimizar os efeitos das mudanças hormonais após os 40 anos, a especialista recomenda cuidados especiais. “Beber bastante água é uma opção para manter a hidratação da pele e das membranas mucosas. Praticar exercícios físicos regularmente também ajuda na circulação sanguínea e fortalece os músculos pélvicos. Vale também manter a vida sexual ativa, pois o estímulo durante a relação pode fazer com que a mulher produza substâncias que ativem a produção hormonal local”, orienta Li.
Além desses cuidados, o uso de lubrificantes ainda é aconselhável para evitar dores e fissuras por conta das mudanças hormonais após os 40 anos. A profissional ainda destaca a importância de realizar exames ginecológicos de rotina, como o Papanicolau e a mamografia, para a detecção precoce de problemas de saúde. “O uso de preservativos em todas as relações íntimas também é uma garantia de proteção contra infecções sexualmente transmissíveis”, assegura.
Autocuidado e reconhecimento do próprio corpo
Por fim, Li Rocha enfatiza a importância do autotoque. “Mesmo que você não tenha um parceiro, conheça o seu corpo para liberar os hormônios necessários. Muitas mulheres, por exemplo, quando não têm vida sexual ativa e desconhecem os pontos sensíveis dos seus corpos acabam ficando com a vagina e o clítoris atrofiados. Por isso, é importante se conhecer”, finaliza.