A culpa da mãe
“A culpa materna aparece, por exemplo, quando a mãe não consegue atender às expectativas que a sociedade e ela mesma se impõem. É comum que sinta que falha ou não consegue ‘dar conta’ de tudo. Frequentemente, acaba criando uma sobrecarga emocional. Quando essa culpa não é tratada, evolui para a depressão pós-parto. Nesse estágio, a mãe pode sentir tristeza constante, falta de energia e dificuldade de se conectar com o bebê“, relata a psicóloga.
Precisamos falar sobre depressão pós-parto e o burnout materno
O burnout materno é uma condição que afeta muitas mulheres, especialmente aquelas que enfrentam grandes responsabilidades sem o suporte necessário. Sendo assim, a rotina intensa, a falta de descanso adequado e as expectativas irreais sobre o papel da mãe contribuem para o surgimento desse esgotamento. “Diferente do cansaço comum, o burnout materno vai além do físico, afetando também a saúde mental e emocional. Assim como a depressão pós-parto, o burnout materno pode ser evitado com apoio adequado, seja por meio de uma rede de suporte familiar, grupos de apoio ou acompanhamento psicológico”, esclarece Rafaela.
Busque ajuda para superar a depressão pós-parto e o burnout materno
“Se a mãe sente que a tristeza ou o cansaço são persistentes, é válido procurar ajuda”, orienta a profissional. Ela ainda explica que os psicólogos perinatais são especializados em apoiar mulheres durante o puerpério. Ou seja, oferecem tratamento que evita o agravamento de problemas emocionais. Algumas das terapias são as conversas com profissionais e participação em grupos de apoio. “São passos importantes para lidar com os desafios de forma saudável”, garante.
Algumas orientações que podem ajudar
- Seja gentil consigo mesma: entenda que ninguém é uma mãe perfeita, e isso é completamente normal. O importante é ser uma mãe possível, capaz de acolher suas próprias limitações.
- Cuide de sua saúde mental e física: reserve um tempo para cuidar de si mesma. Em outras palavras, cuidar do seu bem-estar é parte essencial da maternidade.
- Converse com seu obstetra: peça recomendações de psicólogos perinatais. A nova Lei 14.721 oferece suporte psicológico gratuito pelo SUS.
- Participe de grupos de apoio: compartilhar experiências com outras mães fortalece a mulher e ajuda a reduzir a culpa.
- Busque ajuda profissional se necessário: se a tristeza ou a culpa forem persistentes, o acompanhamento psicológico pode prevenir a evolução para depressão pós-parto.
Em resumos, a saúde mental materna precisa estar em pauta. Acima de tudo, saiba que cuidar de si mesma não é um luxo, é uma necessidade. Com o apoio certo, é possível atravessar os momentos difíceis e encontrar equilíbrio na maternidade.